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quarta-feira, 1 de maio de 2013

O trabalho e a dignidade da pessoa humana

Dom Eraldo - Glauber Alves
Homenagem pelo dia do Trabalho


No dia primeiro de maio comemoramos o DIA DO TRABALHO. É muito justo ter um dia no calendário para esta homenagem. A Igreja atribui grande valor à atividade humana responsável pela realização dos projetos dos homens e mulheres que conseguem o seu sustento no sentido mais pleno da palavra por meio do engajamento no mundo do trabalho.

Na Constituição Pastoral Gaudium Et Spes do Concílio Vaticano II há uma reflexão belíssima sobre o trabalho humano e que vale a pena ser aqui transcrita: “Com o seu trabalho o homem sustenta regularmente a própria vida e a dos seus, associa-se aos seus irmãos e os ajuda, pode exercer a caridade fraterna e colaborar no aperfeiçoamento da criação divina. Bem mais ainda. Pelo trabalho oferecido a Deus nós cremos que o homem se associa à própria obra redentora de Jesus Cristo, que conferiu uma dignidade eminente ao trabalho, quando em Nazaré trabalhou com as próprias mãos. Segue-se daí, para cada um o dever de trabalhar fielmente e também o direito ao trabalho. Compete também à sociedade, de sua parte, de acordo com as circunstâncias vigentes, ajudar os cidadãos, para que eles possam encontrar ocasião de trabalho suficiente. Enfim, o trabalho deve ser remunerado de tal modo que se ofereça ao homem a possibilidade de manter dignamente a sua vida e a dos seus, sob o aspecto material, social, cultural e espiritual, considerando-se a tarefa e a produção de cada um, assim como as condições da empresa e o bem comum.” (Nº 425)

Vivemos numa sociedade onde as relações do trabalho são difíceis, as oportunidades são cada vez menores para uma grande maioria, o avanço tecnológico deixa muita gente fora do mundo do trabalho, pois a exigências de capacitação tomam cada vez mais impossível para uma multidão o aceso a alguma atividade que passou por tal processo.

Sabemos na necessidade vital do trabalho para a conquista da qualidade de vida digna. Quando as pessoas trabalham e conseguem o seu sustento e da sua família com o suor do rosto se sentem valorizadas e escapam do assistencialismo que prendem as pessoas à dependência política, por exemplo.

No dia do trabalho devemos agradecer a Deus que deu ao homem e à mulher de todos os tempos a capacidade de suprir as suas necessidades com atividades tão belas: agricultura, ciência, tecnologia, artes, música, esportes, educação, comércio, cultura, família, empresas, inúmeras profissões e ofícios até mesmo no universo da religião. Nestas e em outras atividades o ser humano expressa as suas criatividades e as coloca a serviço dos seus semelhantes.

Louvamos a Deus por todos aqueles que fazem do seu trabalho um salmo de louvor e ação de graças àquele que é a fonte de todos os dons. O nosso muito obrigado a todos que fazem do seu suor uma fonte de alimento para a humanidade.

Reconhecemos que ainda há muitas situações onde o trabalho se torna um fardo muito pesado pelas condições desumanas e subumanas nas quais se realiza. Sabemos que muitos homens e mulheres amargam o peso de cargas horárias insuportáveis com salários miseráveis. Constata-se que nem sempre os mais ricos são os que mais trabalham.

O sonho de Deus é que o trabalho seja uma atividade geradora de dignidade para todos. O lucro não deve ser o objetivo final do trabalho e este é abençoado quando se torna partilha para que todos usufruam os frutos alcançados.

Obrigado Senhor pelo trabalho e por todos os trabalhadores e trabalhadoras de todos os cantos e recantos da terra. Que todos sejam livres dos perigos próprios de suas atividades e que possam ser felizes construindo uma sociedade justa e fraterna.

Parabéns, trabalhadores e trabalhadoras!
+ Dom Eraldo Bispo da Silva

Bispo Diocesano de Patos-PB

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